O Triste GP de San Marino de 1994

Neste artigo, vamos analisar:
- Introdução - O GP de San Marino de 1994
- Parte 2 - Os Motivos dos Acidentes
- Parte 3 - O Que Realmente Aconteceu?

San Marino 1994 - O GP Mais Trágico da História!

"É muita coisa para um fim de semana só....20 anos de emoções na Fórmula 1, nunca vi nada parecido"

Galvão Bueno Narrador Oficial da Rede Globo em 1994

Provavelmente, as pessoas sabem que o piloto Ayrton Senna da Silva morreu ao bater num muro de “proteção”.

Entretanto, diversos acidentes graves ocorreram nesse GP, tornando este final de semana um dos mais trágicos do automobilismo. Talvez você esteja se perguntando: O que mais aconteceu neste GP, para que aquele narrador da rede Globo dissesse as palavras acima? E quais foram as possíveis causas? Essa e outras perguntas serão respondidas nos artigos seguintes.

Sexta-feira - O Início De Um Pesadelo

Acidente de Rubens Barrichello no triste Gp de San Marino em 1994 by Fórmulatotal.wordpress.com

San Marino, Circuito de Enzo e Dino Ferrari, cidade de Imola, próximo a Bologna. A Fórmula 1 recebe o 15º GP de San Marino. Apesar dos problemas enfrentados pela Williams, Senna acredita em sua primeira vitória no ano, pois tem facilidades com o circuito. Michael Schumacher havia vencido as duas primeiras corridas com sua Benetton, sendo o líder do campeonato.

O jovem Rubens Barrichello com sua modesta Jordan, é espantosamente o vice-líder.

Sexta-feira, dia 29 de abril, inicia-se os treinos livres para a corrida. O dia estava ótimo. Tudo parecia que esse fim de semana seria como todos os outros na Fórmula 1, mas só parecia.

Na época, diferente do que é hoje, havia duas sessões de classificação: uma na sexta e outra no sábado. Na 1ª sessão de classificação, a Jordan de Rubens Barrichello decola da pista e se choca violentamente contra a proteção de pneus ao lado da pista. Por pouco o carro não atinge as pessoas na arquibancada!

O carro de Rubens capotou por duas vezes e caiu de cabeça para baixo. O garoto é levado para o hospital, inconsciente. Seu diagnóstico foi de traumatismo craniano, fratura do braço direito, fortes contusões na coluna e do lado direito do tórax, fratura do nariz e contusões na face e boca.

Para sua felicidade, o traumatismo craniano foi descartado e no dia seguinte teve alta.

Sábado - A continuação de um “pesadelo”

No sábado, Rubens voltou para sua casa na Inglaterra e ficou assistindo o GP inteiro pela televisão.

Muitos estavam contentes com a segurança na Fórmula 1, visto que Barrichello sobreviveu a aquele terrível acidente. Entretanto, essa satisfação durou muito pouco!

As palavras acima foram de um conhecido de Roland, descrevendo a personalidade do piloto e como ele estava na última vez em que se viram. Ele ainda conclui: “...Poucas horas depois eu me encontrava entre o pessoal da Fórmula [1], todo mundo reunido em volta do posto de pronto socorro no paddock, presenciando o Roland ser carregado ao helicóptero. Ainda que ingênuo, estávamos todos rezando para que ele saia desta ileso...”. Quem é Roland? O que de fato aconteceu?

Quem Foi Roland Ratenberger?

Roland Ratzenberger nasceu em 4 de julho de 1962 em Salzburg na Áustria.

Embora fosse uma pessoa com bons recursos financeiros, tinha apenas um modesto currículo no automobilismo.

Participou em campeonatos de Turismo na Europa e de Monoposto no Japão.

Por vencer a disputadíssima Fórmula Ford Festival de Brands Hatch em 1986, conseguiu um contrato como piloto oficial da BMW.

Mais tarde, Roland percebeu que seria impossível financiar uma temporada F3 britânica (atual GP2). Assim, ele fechou contrato como piloto profissional no Japão, na Fórmula Nippon e em corridas de carro-esporte.

Em 1994, com a ajuda de um patrocinador, fez seu primeiro teste na Fórmula 1, na estreante equipe Simtek.

Por conseguir bons resultados nos testes, ele foi contratado para disputar cinco GP´s daquele ano.

Desde o começo, Roland, afirmava que não queria expor o carro a acidentes, devido a péssima condição financeira da equipe.

O piloto apenas conseguiu participar no GP Aida, Japão (segundo GP do ano), largando na 22º posição e terminando num expressivo 11º, pois no primeiro GP no Brasil, ele não conseguiu se classificar para a corrida.

No 3º GP da temporada, aos 32 anos, Ratzenberger encerraria sua carreira.

O fim da carreira de Roland RatzenbergerTrecho do circuito onde Roland Ratzenberger bateu, durante o triste GP de San Marino em 1994

Embora Roland afirmasse que teria muito cuidado ao guiar o carro de sua equipe durante os 5 GP’s que participaria, seu primeiro e único acidente foi fatal!

No Sábado, na última sessão de classificação na curva Villeneuve, o piloto se chocou violentamente a 314 km/h no muro de proteção!

Seu carro ficou todo destruído. Seu corpo também foi seriamente avariado tendo fraturas múltiplas no crânio e no pescoço. Os paramédicos tentaram fazer uma reanimação cardíaca na própria pista. Mas o pior não pôde ser evitado: sua morte foi anunciada oito minutos após o piloto ter dado entrada no Hospital Maggiore de Bologna.

Assim, Roland, aos 32 anos, morreu, por assim dizer, no auge de sua carreira em seu ano de estreia na Fórmula 1.

A partir de então, Ayrton Senna liderava um movimento para que não houvesse corrida, pois ele mesmo não queria mais ser um piloto de Fórmula 1, depois da morte de seu colega.

Depois da sessão de classificação, Senna visitou o local onde seu colega havia batido, pois ele queria saber o que poderia ser feito para tornar aquele circuito mais seguro para eles mesmos.

O piloto não queria correr e ficou realmente abatido, pois ele “chorou no meu ombro”, disse o diretor médico da Fórmula 1 (da época) Sid Watkins. Sid continuou dizendo que “...pedi que ele não corresse... Então [ele] disse: ''Sid... eu tenho de ir adiante''.

A decisão de Senna no dia 30 de abril de 1994, mudaria completamente a história da Fórmula 1.

O pesadelo do GP de Imola ainda não estava para terminar. Muitas tragédias estavam para acontecer. O que mais aconteceu?

Embora Roland afirmasse que teria muito cuidado ao guiar o carro de sua equipe durante os 5º GP´s previstos que ele participaria, seu primeiro acidente, foi fatal!

1 De Maio - A Corrida Mais Trágica Dos Últimos Tempos

Barrichello por pouco não morreu na sexta-feira, após uma batida violenta nos pneus de proteção. Ratezenberger morreu após se chocar violentamente a mais de 300 km/h no muro da curva Villeneuve.

Um acidente numa corrida preliminar de carros Porche, deixou um piloto machucado o suficiente para ir ao hospital imediatamente.

Todos os envolvidos na corrida, no domingo, estavam nitidamente abatidos. Ayrton Senna fazia um grande esforço para que não houvesse corrida, exigindo mais segurança, porém, “foi punido através de uma advertência dos então respectivamente presidentes da Associação dos Construtores e da Fia, Bernie Ecclestone e Max Mosley”, declarou um certo site chamado “envenenad.com.br”.

As exigências de Senna não foram atendidas a largada aconteceria na hora marcada. Assim, Senna largaria em primeiro lugar e Michael Schumacher em segundo.

Após o sinal verde, o motor da Benetton do piloto finlandês J. J. Letho apagou. Enquanto seu carro ficou parado no grid, o piloto Pedro Lamy, da equipe Lótus, bateu violentamente na traseira de Letho. Ambos os carros ficaram destruídos, porém, não aconteceu nada de mais grave com ambos os pilotos.

Contudo, os fragmentos do carro, como os pneus, voaram, caindo na arquibancada, atingindo pelo menos três expectadores. Um deles sofreu traumatismo craniano.

A Morte de Ayrton Senna – O fim trágico de um pesadelo


Trecho do circuito e acidente que resultou na morte de Ayrton, no triste GP de San Marino em 1994

Com este acidente o carro de segurança (ou safety car) entrou na pista. Quando isso ocorre, os pilotos ficam numa velocidade bem limitada e ninguém pode ultrapassar ninguém.

Assim foram as cinco voltas seguintes. No final da quinta volta o carro de segurança voltou aos boxes e a corrida continuou. Senna se manteve na liderança a frente de Schumacher, ele completava a sexta.

volta, e no início da 7º, ele passou reto na curva Tamburello e bateu violentamente no muro a 216 km/h. Seu carro ainda ricocheteia no chão e ainda continua se arrastando por alguns metros a frente.

Seu corpo ficou inerte no carro. Logo a corrida foi interrompida. Os médicos correram para lhe prestar os primeiros socorros. O piloto continuava imóvel! Nitidamente ele moveu a cabeça, isso indicava que tudo estava bem. Mas não foi isso aconteceu. Logo ele foi levado a um hospital em Bologna na Itália em coma com traumatismo craniano.

As 18h40min, horário local e 13h40min no horário de Brasília, foi anunciado que Ayrton Senna da Silva havia morrido. A morte dele foi um grande choque para todos!

Mesmo com tantos acidentes, a corrida se iniciou e Schumacher venceu a corrida. Porém nas últimas voltas, ao sair dos boxes, uma roda da Minardi de Michelle Alboreto se desprendeu do carro, ferindo pelo menos dois mecânicos e um deles levado ao hospital desacordado.

Esse acidente encerra o fim de semana mais trágico da história da Fórmula 1. Entretanto, surge as perguntas: Porque que esses acidentes ocorreram? Poderiam ser evitados? Quais são as possíveis causas? Estas perguntas serão respondidas no próximo artigo.

As Causas dos Acidentes

Existem diversas teorias sobre o que causou os acidentes de Rubens, Roland e Ayrton. Muitas, principalmente, no caso de Senna não foram confirmadas. O que podemos afirmar que pequenos erros sucessivos, muitos deles, em questão de segundos, determinaram tais acidentes. Assim, quais foram as possíveis causas?

Rubens Barrichello e o Seu Acidente

Quanto ao primeiro acidente grave, o de Rubens, em partes foi erro humano, “na variante baixa, entrei um pouco rápido demais e peguei a zebra de uma maneira que ela me arremessou para a barreira de pneus”, declarou Barrichello em seu site.

Mas fica evidente que erros no projeto do circuito, contribuíram para o acidente. De que maneiras?

Ao contrário de como são hoje os circuitos, as zebras que deveriam ajudar o piloto, naquela época elas formavas uma espécie de rampa, eram muito altas. Assim, ao passar pela zebra o carro de Barrichello decolou.

Mesmo que em partes o projeto do circuito, salvou a vida de Barrichello por ter uma proteção de pneus, a separação entre a pista e a arquibancada era muito próxima. Caso fosse mais distante, provavelmente Rubinho sairia ileso do acidente. Para sua própria felicidade, ele sobreviveu ao acidente, o que não foi o caso de Roland e de Ayrton.

As causas do acidente de Barrichello

As causas do Acidente de Roland Ratzenberger

Roland Ratzenberger após batida durante o triste GP de San Marino de Fórmula 1 em 1994 - joseinacioblog

Diagrama do sistema básico de pressão aerodinâmica, explicando sobre os fatos do triste GP de San Marino de Fórmula 1 em 1994

Comparando a efeito nas asas do avião e de um carro de Fórmula 1, explicando sobre os fatos do triste GP de San Marino de Fórmula 1 em 1994

Equipamento do carro de Senna, explicando sobre os fatos do triste GP de San Marino de Fórmula 1 em 1994

Na classificação de Sábado, Roland passou direto pela simples, porém de alta velocidade, curva Villeneuve e se chocou no muro a 314 km/h.

No acidente seu pescoço foi quebrado lhe causando a morte. Mas o que causou o acidente?

Alguns metros antes do piloto passar por esta curva, a asa dianteira do carro, havia escapado, fazendo com que o carro perdesse o controle, pois asa impediu que o piloto tangesse a curva. O pobre piloto tentou frear, mas isso não foi o suficiente. Seu carro tinha uma estrutura muito fraca, assim o cockpit não suportou o impacto. Para piorar, faltou a proteção de pneus.

Havia a possibilidade de que os mecânicos não prenderam corretamente o bico do carro. Contudo, surgiram comentários de que o piloto havia sido informado pela equipe, que ao passar por uma curva anterior, havia danificado a asa.

Com a turbulência da alta velocidade, esta parte do carro se desprendeu, causando o acidente.

Assim, Roland vivia um sonho, por estar na Fórmula 1, seus achegados diziam que ele era uma pessoa muito alegre. Por ironia, meses antes, o teste o qual foi aprovado para entrar na categoria, foi exatamente em Imola. Seu sonho encerrou com um pesadelo, tendo praticamente uma morte instantânea.

Mas e no caso de Ayrton, quais são as possíveis causas?

As Causas do acidente de Ayrton Senna – Um mistério sem fim!

A morte de Ayrton, até hoje continua sendo um mistério, como não há culpados declarados, o que pode ter causado a morte do piloto?

Aquela Corrida Nunca Devia Ter Acontecido

Muitos afirmam que a FIA manipulou a confirmação da morte do piloto austríaco. Pois eles afirmaram que o piloto foi levado com vida ao hospital. Mas alguns talvez se perguntem: Como é que uma pessoa morreria 40 minutos depois de se ter quebrado o pescoço?

Para os investigadores, Roland, teve uma morte instantânea, “ou pelo menos ainda dentro do circuito” diz o site Autosport de Portugal.

Se a morte do piloto fosse oficialmente confirmada, ainda no circuito, os organizadores seriam obrigados a cancelar a corrida, pois, segundo as leis italianas, se um esportista morre durante um evento esportivo, este deve ser cancelado e todo o complexo desportivo é colocado à disposição dos peritos até o final da investigação, o qual pode durar meses ou anos.

Caso isso tivesse acontecido, a morte de Ayrton, bem como todos os feridos na corrida e na preliminar seriam evitadas. Por outro lado, as autoridades afirmam que tanto a FIA como a organização da prova tratou de retardar o anúncio da morte para evitar o cancelamento do evento e o consequente prejuízo que isso iria causar. – autosport aeiou.pt

Portanto, para muitos, pelo menos Senna estaria vivo se não houvesse tal negligência de todos os envolvidos na organização do GP.

Mas caso isso não fosse verdade, o que fez com que Ayrton, durante a corrida, saísse da pista de forma tão estranha? Foi falha do equipamento? Erro dele próprio? Vejamos!

Erro Humano

Depois da batida de Roland, Ayrton visitou o local do acidente, muitos dizem que ele ficou ali por algum tempo, sem dizer absolutamente nada! Ironicamente, ele ficou a “200 metros adiante do ponto onde ele próprio morreria”, diz o site BBC Brasil.

Como dito anteriormente, ele havia cogitado em não participar da corrida, mas não foi possível que isso acontecesse.

Para Ayrton correr na Williams era um sonho, ele chamava a equipe de “carro dos sonhos”. Sua tentativa de entrar na equipe durou alguns anos, mas apenas com a saída de seu arqui-rival Alan Prost, foi possível que esse sonho virasse realidade em 1994.

Porém, Senna, enfrentou muitos problemas com as novas regras da categoria. Embora tenha conseguido largar na 1º posição em todos os três GP´s que participou, em nenhum completou as corridas.

O sonho logo se tornara um pesadelo. Mas, naquele dia, naquele GP, o piloto estava visivelmente abatido, pesadelo que se “encerraria” na curva Tamburello.

Damon Hill, seu companheiro de equipe na época, acredita que o brasileiro foi o responsável pelo acidente que causou sua morte.

“Estou convencido de que ele cometeu um erro, mas muitas pessoas nunca acreditariam nisso... "Por que não? Ele cometeu muitos erros em sua carreira.", disse Hill numa entrevista ao jornal britânico The Times. Ele ainda prossegue: "Ninguém, além de Ayrton Senna e de mim, sabe o que era dirigir aquele carro, naquela curva, naquela corrida, naquele dia, com pneus frios... Ele era identificado com a busca do limite e a superação. Ele freqüentemente preferia bater em seu oponente a ser derrotado", disse o britânico. "Não foi por culpa de mais ninguém que ele manteve o pé embaixo quando ele poderia ter levantado... ele era um grande piloto, um homem com enorme humanidade... [mas] não era um deus.... ele era frágil como você e eu.”

De fato, segundo esta teoria, se observarmos bem o vídeo do carro dele no momento da batida, veremos que o carro escapa de traseira antes da perda de controle do carro e por fim a batida. (Veja a reconstituição do acidente que provocou a morte de Ayrton Senna no Grande Prêmio de San Marino de 1994, aceita pela justiça - BBC BRASIL).

Mas mesmo com essas possíveis evidências muitos não acreditam nelas, culpando a equipe e o próprio carro, será isso verdade?

Falha no Equipamento

Roland Ratzenberger após batida durante o triste GP de San Marino de Fórmula 1 em 1994 - imglop.com

Muitos acreditam que o que provocou a batida do brasileiro, foi a quebra na barra da direção, ou seja, a parte do carro que faz com que os pneus obedeçam o volante. A equipe afirmou que a barra de direção se quebrou no momento da batida.

No entanto, o fato do carro passar direto na curva, já se torna uma evidência. A segunda evidência é a barra de direção estar no chão, depois da batida. Uma outra evidência que reforça esta tese é a “câmara colocada dentro do carro, a mão de Senna tenta uma correção de trajetória para a esquerda, mas as rodas permanecem retas, perfeitamente alinhadas. Em outras palavras, o volante já não agia sobre o carro”, diz a revista Veja de 3 de maio de 1995. Se isso for verdade, o que fez com que a barra de direção quebrasse?

Ainda nos testes na pré-temporada, em março, Senna havia reclamado que a barra de direção estava muito “alta” e isso lhe causava desconforto. Qual seria a solução? Refazer o cockpit ou então fazer um corte no material feito de aço aeronáutico depois soldando as duas partes. (O material era menos resistente que o material usados por outra equipe, que era liga de titânio, entretanto este tipo estava dentro das especificações técnicas da época).

A equipe adotou a segunda alternativa, pois era algo bem fácil de fazer. (Senna pelo visto, aprovou a decisão, assim ele tinha conhecimento desta decisão da equipe).

As ondulações e as curvas de alta velocidade dos circuitos, além das “zebras” altas nas laterais do asfalto, fizeram com que o material da barra de direção se desgastasse rapidamente.

As investigações apontaram que houve fatiga no material, embora a equipe desmentisse essa tese. A fadiga poderia ser detectada com antecedência?

Embora naquela época já houvesse rigorosos testes após as corridas para analisar se havia ou não desgaste de material, a coluna de direção passava-se por alto, além da telemetria. A telemetria são informações captadas por computadores e por meio de gráficos o especialista consegue identificar como os componentes do carro estão se comportando. (há quem diga que a equipe afirmou que a direção estava funcionando normalmente, na hora do acidente, outros dizem que esse controle de informações foram desligados propositalmente, após o acidente)

Ayrton Senna após batida durante o triste GP de San Marino de Fórmula 1 em 1994 - imglop.com

A revista Veja de 3 de maio de 1995 diz: “Lendo as declarações de Senna nos dias que precederam o acidente, os técnicos que participaram da comissão de investigação acham que o piloto havia detectado algo errado, mas não soubera determinar a causa. Senna falava de vibrações estranhas no carro e perdera um bom tempo ajustando suspensão e jogo de pneus. "No caso de fadiga em estado tão avançado, era essa vibração que ele sentia na mão, ao pegar o volante", diz um técnico.”

Assim, Senna havia se queixado de algo estranho, de uma vibração no volante, mas não sabiam o motivo disso.

Portanto, com a combinação de evidências o veredicto concluiu que: as estrias de fadiga na coluna de direção (exames de laboratório), a mão de Senna que vai para a esquerda enquanto as rodas permanecem retas (imagens da câmara em seu carro), as marcas de frenagem (exame da pista na curva Tamburello) e a violenta desaceleração (registrada pela telemetria) mostram que o piloto sentiu que não controlava mais o carro. Só teve tempo de pisar no freio e reduzir uma marcha – Revista Veja 3 de Maio de 1995.

O diretor técnico (atualmente é um dos diretores da FIA), Patrick Head, o projetista Adrian Newey e o dono da equipe Frankie Williams foram indiciados como responsáveis da morte do piloto, porém em 1999, o processo os inocentou de homicídio culposo (sem intenção de matar)

O que de fato aconteceu?

O que Realmente Aconteceu?

Os culpados da morte de Senna continua sendo um mistério até hoje, mas é bem provável que a FIA e os organizadores da corrida tiveram sua parcela de culpa, devido as novas regulamentações para aquela temporada que deixaram os carros instáveis, os pilotos se queixaram, mas eles não deram ouvidos.

Naquele circuito, de alta velocidade, faltavam barreiras de pneus, o qual protegia a integridade física do piloto numa eventual batida. Zebras altas tiravam a estabilidade do carro, áreas de escape muito pequenas separavam a pista das arquibancadas, aumentando o risco para as pessoas que iam assistir e pouco espaço para o piloto diminuir a velocidade numa possível saída de pista.

No caso de Ayrton, o que matou ele, não foi apenas a colisão, mas sim os ferros da suspensão que seguram as rodas, que bateu violentamente na viseira do seu capacete. O “braço” da suspensão perfurou seu capacete e sua cabeça, atingindo seu cérebro causando perda de massa encefálica.

Provavelmente se houvesse a barreira de proteção ali, o carro não se despedaçaria desta forma.

Depois de tantos desastres, principalmente o de Ayrton Senna, a história da Fórmula 1 nunca mais foi a mais foi a mesma.

Comparação entre Williams de 1994-2007, explicando sobre o triste GP de San Marino de Fórmula 1 em 1994

A FIA investiu pesado em segurança e nunca mais ouve acidentes fatais. Os “braços” de suspensão dos carros são de fibra de carbono, mais fortes e resistentes, ssim como o cockpit dos carros que fica na parte central ao contrário de como era em 1994. A cabeça e a coluna dos pilotos estão mais protegidas. Os circuitos são muitos mais seguros e bem menos velozes. Uma prova disso é o próprio circuito de Imola, que se tornou uma “sombra” do antigo, com chincanes (curvas em seqüência em forma de “S”) que “quebra” em muito a velocidade dos carros.

O último acidente mais grave, talvez fosse o de Michael Schumacher em 1999, quando o piloto bateu no início do GP de Silverstone na barreira de pneus (existe até uma semelhança com a batida de Senna), o qual quebrou a perna e praticamente não participou da temporada.

A prova mais recente que os carros estão muito seguros foi o surpreendente acidente do polonês Robert Kubica no GP de Montreal no ano passado. O carro ficou totalmente destruído, porém o piloto mal se machucou e teve alta do hospital no dia seguinte.

Contudo, não importa o quanto eles façam para melhorar a segurança das corridas, eles não vão trazer de volta a vida dele nem dos outros que morreram, nem o trauma que isso causou a suas famílias.

Rubens, Ayrton, Roland, bem como todos os pilotos sabem e sabiam dos riscos envolvidos numa corrida. Senna sabia muito bem, pois ele mesmo não queria mais correr, porém, não levou em conta os avisos que sua própria consciência lhe alertava e foi em frente. Mesmo assim é terrível imaginar o medo e o desespero que tais pessoas tiveram em seus segundos finais, que atualmente nunca saberemos, pois seus capacetes escondiam qualquer sentimento que transmitiram.

A verdade da morte de Senna, dificilmente será revelada, ainda existem muitos mistérios.

Muitos de nós gostamos de assistir as corridas. Porém, jamais devemos esquecer dos riscos destes homens e a “guerra de interesses” que acontece por trás dos bastidores e que os próprios pilotos muitas vezes são as principais vitimas.